Uma semana.
Quem sabe, até mais?
Apenas posso dizer que desde que dei a notícia e deixei tudo por conta do necromante, venho castigando as minhas mãos.
Não havia um saco de areia, muito menos um bandido, demônio ou qualquer coisa que fosse suficiente para tirar aquele desgosto que eu sentia.
Minhas mãos estavam feridas, a respiração descompassada e minhas lágrimas escapavam quando eu me encontrava só.
No escuro eu observava aquela cama de campanha que Alice costumava repousar.
Era a primeira vez que eu não zelava pelo sono dela e isso estava me corroendo.
Tantas coisas estavam me corroendo naquele caso da gárgula...
- “Ela precisa voltar por si mesma, Jean. Sem interferências minhas”...
Fiquei sem reação quando escutei Thorn falando aquilo para mim. Eu não sei se ficava com mais raiva do Necromante, de Togarini, de Geburah, ou de mim mesmo. Sempre zelei por Alice e pelo sono dela. Já me feri, quase morri e tantas coisas mais. Mas, não conseguia esquecer o momento em que o telefone tocou em nossa seção, informando-nos que uma agente estava na mesa de operação do Hospital de Nova Orleans. Não consigo me perdoar por ter telefonado para Thorn, dando a notícia e esperado que ele usasse a necromancia mais uma vez.
Não consigo esquecer de todos os dias em que observei pela porta entreaberta, aquele Viking segurando a mão de Alice, chamando-a de volta, quase que numa súplica para que ela não nos abandonasse. Das palavras entaladas na garganta dele em que ele teimava dizer que não a amava e que eram apenas amigos.
Não consigo...
- Tenho pena de quem você está espancando com imensa fúria.
O saco de pancada era retirado de meu alcance e me lembrei que precisava respirar, mas isso não evitou que eu esmurrasse a parede por ter sido interrompido.
- Jean. Sei de seus sentimentos, mas você não está ajudando em nada. O Garoto conseguiu as informações. Alice buscou a gárgula e quase morreu. Thorn está naquele hospital cuidando dela e garantindo que nenhuma besta ou anjo desvairado escape. Muitas pessoas desapareceram no festival de Lughnasadh e você precisa decidir se ainda seguirá Geburah ou se enfrentará a fúria dele por conta de sua rebeldia.
Meu corpo estava tenso, minha mão estava sangrando e doendo, eu estava levando bronca de alguém que consegue manter a voz inalterada e baixa.
- “Você me lembra o Primeiro com todo este orgulho e rebeldia”.
Por um breve momento, realmente breve, a voz de Geburah pela primeira vez me trouxe de volta à razão. Não fora Anderson em sua bronca, mas Geburah em seu modo frio que me fez lembrar o quanto minhas ações estavam prejudicando os adormecidos e aqueles que jurei zelar.
Quem sabe, até mais?
Apenas posso dizer que desde que dei a notícia e deixei tudo por conta do necromante, venho castigando as minhas mãos.
Não havia um saco de areia, muito menos um bandido, demônio ou qualquer coisa que fosse suficiente para tirar aquele desgosto que eu sentia.
Minhas mãos estavam feridas, a respiração descompassada e minhas lágrimas escapavam quando eu me encontrava só.
No escuro eu observava aquela cama de campanha que Alice costumava repousar.
Era a primeira vez que eu não zelava pelo sono dela e isso estava me corroendo.
Tantas coisas estavam me corroendo naquele caso da gárgula...
- “Ela precisa voltar por si mesma, Jean. Sem interferências minhas”...
Fiquei sem reação quando escutei Thorn falando aquilo para mim. Eu não sei se ficava com mais raiva do Necromante, de Togarini, de Geburah, ou de mim mesmo. Sempre zelei por Alice e pelo sono dela. Já me feri, quase morri e tantas coisas mais. Mas, não conseguia esquecer o momento em que o telefone tocou em nossa seção, informando-nos que uma agente estava na mesa de operação do Hospital de Nova Orleans. Não consigo me perdoar por ter telefonado para Thorn, dando a notícia e esperado que ele usasse a necromancia mais uma vez.
Não consigo esquecer de todos os dias em que observei pela porta entreaberta, aquele Viking segurando a mão de Alice, chamando-a de volta, quase que numa súplica para que ela não nos abandonasse. Das palavras entaladas na garganta dele em que ele teimava dizer que não a amava e que eram apenas amigos.
Não consigo...
- Tenho pena de quem você está espancando com imensa fúria.
O saco de pancada era retirado de meu alcance e me lembrei que precisava respirar, mas isso não evitou que eu esmurrasse a parede por ter sido interrompido.
- Jean. Sei de seus sentimentos, mas você não está ajudando em nada. O Garoto conseguiu as informações. Alice buscou a gárgula e quase morreu. Thorn está naquele hospital cuidando dela e garantindo que nenhuma besta ou anjo desvairado escape. Muitas pessoas desapareceram no festival de Lughnasadh e você precisa decidir se ainda seguirá Geburah ou se enfrentará a fúria dele por conta de sua rebeldia.
Meu corpo estava tenso, minha mão estava sangrando e doendo, eu estava levando bronca de alguém que consegue manter a voz inalterada e baixa.
- “Você me lembra o Primeiro com todo este orgulho e rebeldia”.
Por um breve momento, realmente breve, a voz de Geburah pela primeira vez me trouxe de volta à razão. Não fora Anderson em sua bronca, mas Geburah em seu modo frio que me fez lembrar o quanto minhas ações estavam prejudicando os adormecidos e aqueles que jurei zelar.
1 comment:
O sempre educado e controlado Jean passa por um dilema cruel. Foi interessante ver o cavaleiro de cavalo branco mergulhar nessa repentina rebeldia. Foi interessante mesmo, principalmente nos fazendo saber que o virtuoso rapaz não aceitará tudo do arcanjo da justiça. E deu pra perceber como Geburah mantem o cabresto apertado contra seu avatar. E como será esse desfecho? Aguardo os novos capítulos, pedindo sinceras desculpas pela longa ausência.
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