O medo naqueles olhares era forte o suficiente para afastar as pessoas e torná-las presas fáceis. Presas prontas para o abate, mas os adormecidos não eram a carne que eu queria mastigar. Meu corpo se movia, meus instintos me guiavam. Cada fresta, cada buraco, cada templo arrombado, e eu sorria. Deleitava-me com os gritos de que não sabiam; dos pedidos de perdão; do implorar por uma morte rápida a cada vez que eu arrancava um órgão e os trazia de volta à “vida”. Ah! Deliciosos corações devorados, que guardavam as emoções e não a alma, que continha o poder inimaginável em seu gosto férreo, de um músculo quase de aço. Divertia-me com o quebrar de ossos, o rasgar da pele, as palavras balbuciadas, confirmadas apenas ao que o manjar final era sorvido. Huuum! Como era delicioso o estremecer do meu corpo, ao sentir aquele líquido ocular viscoso, adentrando minha boca, saciando minha fome, trazendo à minha mente toda a vivência daquela alma. Demônios que encontraram a gárgula, cada morte que trouxeram aos Morgan, assim como anjos da guarda que protegiam os McArthur. Os gritos chegavam aos céus e ao inferno e quantos mais mandassem para mim, mais diversão eu teria.
— O Criador jamais os perdoará... – Balbuciava um anjinho, depois de ter sido depenado, ter suas asas rasgadas, suas tripas arrancadas e seu coração mastigado.
— Ele está cansado disso tudo Ramiel! Cansado de ver suas próprias crias quebrando seus mandamentos. Cansado de suas primeiras criações, por isso fomos criados... Sete anjos para saciá-lo. Sete anjos para deleitá-lo em todo seu prazer, sadismo, fome e sede. Em toda sua deturpação, crueldade e insanidade. Alguns de vocês tomaram a rédea. Fizeram bem o seu serviço, mas a falta da graça do pai, da voz em suas mentes, tornou-os insensatos. E adivinha quem ele usa para relembrá-los de que as coisas não são tão fáceis e tão belas?
— Pensei que o olho por olho, fosse departamento de Geburah – murmurou cada vez mais fraco Ramiel.
Ri baixo, sombrio, arrancando-lhe o primeiro olho. Passando a ponta da língua naquele orbe tão cheio de vida, de lembranças, de sabedoria.
— Geburah, é apenas um maldito aprendiz que deseja superar o mestre... De onde você acha que ele retirou suas técnicas?
— O Criador jamais os perdoará... – Balbuciava um anjinho, depois de ter sido depenado, ter suas asas rasgadas, suas tripas arrancadas e seu coração mastigado.
— Ele está cansado disso tudo Ramiel! Cansado de ver suas próprias crias quebrando seus mandamentos. Cansado de suas primeiras criações, por isso fomos criados... Sete anjos para saciá-lo. Sete anjos para deleitá-lo em todo seu prazer, sadismo, fome e sede. Em toda sua deturpação, crueldade e insanidade. Alguns de vocês tomaram a rédea. Fizeram bem o seu serviço, mas a falta da graça do pai, da voz em suas mentes, tornou-os insensatos. E adivinha quem ele usa para relembrá-los de que as coisas não são tão fáceis e tão belas?
— Pensei que o olho por olho, fosse departamento de Geburah – murmurou cada vez mais fraco Ramiel.
Ri baixo, sombrio, arrancando-lhe o primeiro olho. Passando a ponta da língua naquele orbe tão cheio de vida, de lembranças, de sabedoria.
— Geburah, é apenas um maldito aprendiz que deseja superar o mestre... De onde você acha que ele retirou suas técnicas?