– “Deixe-me morrer” – era o que eu tinha pensado, era o que eu queria quando Togarini me interrompeu e falou para que eu não pedisse aquilo a ele.
Havia muito tempo que Togarini me acompanhava e quis acreditar que ele jamais seria como Geburah. Mas arcanjos nunca criam elos emocionais, nunca somos algo a mais para eles, além de sermos fantoches de seus sadismos, manipulações e ambições.
Bom... Talvez apenas Madeleine seja um caso contrário, mas ela não é uma mortal; é um deles. Filha do que contestara; daquele que fora julgado apenas por desejar o livre arbítrio. Conhecido como o mais sábio e belo de todos.
Aprendi a ver Estrela-da-manhã com outros olhos, depois que conheci a história dela e por conhecer esta face da moeda, criei tamanha resistência no caso de Ângela.
As carícias de Togarini em meu corpo, que se mantinha inerte ao beco, traziam um abraço amornado, um carinho de lembranças daqueles que me amaram.
O amor de meus pais, de meu irmão, de Jean... De Thorn...
- Não me peça para fazer isso...
Aquelas palavras se repetiam, em uma lamúria, um pesar quase dolorido, naquela voz de tons baixos e graves, em que meu corpo amolecia aos poucos, sem batalhas, sem demônios, arcanjos e nada mais. Apenas aquele abraço que me envolvia, que me protegia, que estremecia a cada arrepio que eu sentia.
Arcanjos não se apaixonam, não se envolvem, não possuem sentimentos. Não... Madeleine provou o contrário, mostrou a face do pai que amara, que sofrera e sofre por não poder dar o amor de um pai para ela como ele gostaria de dar, mostrara-me um arcanjo, um caído que mesmo manipulando as mentes o espaço e o tempo, fora capaz de chorar, de gritar em profunda dor, quando um dia, ela quase morreu aos braços dele.
- Não me peça para fazer isso...
Togarini segurava minha alma por um fio, delicado, frágil e prateado. Trazia as lembranças de todos os momentos em que beirei a morte, onde ele nunca impedira minha ida para o vale das sombras, mas que agora estava ali a me segurar, murmurando para que eu não pedisse a ele a minha partida...
- Você prometeu uma morte honrada a ela...
Golpe baixo, mesclado a uma dor que começava ficar mais presente. Lampejos de momentos com ele. Lembranças... Sim... Togarini reavivava em minha mente todas as lembranças, de todos os momentos em que estivera ao meu lado, em que estivera presente. Lembranças fortes onde pude ver sua mão, sua foice hesitar uma vez. Parar enquanto estava a caminho de meu coração. Aquele momento eterno em que nossos olhos se cruzaram.
“Foram seus olhos”
Sim... Meu coração pulsava mais forte, começava a se lembrar que mesmo em tamanho pavor, vendo meu irmão transfigurado na morte certa que eu teria, foi ver Togarini à sombra de meu irmão que me trouxe paz, que acalmou meu coração naquele momento exato. De que meus pesadelos terminariam, de que não haveria mais tormento e que eu encontraria finalmente paz.
Minha paz. A aceitação de meu destino pré-determinado era o que trazia calafrios ao arcanjo da morte. Não por que ele me perderia para sempre, devido ao meu contrato com Geburah, mas talvez porque eu tenha encontrado em Togarini a paz que sempre busquei e isso é algo para o qual ele não estava preparado.
O elo tornava-se mais forte, pela primeira vez eu podia sentir a dor que assolava o arcanjo, podia compreender aquele arrepio que ele sentia, e debilmente eu me erguia. Debilmente eu apoiava meu corpo à parede e me arrastava a cada passo trôpego que dava.
Era hora do grande embate...
Togarini e Geburah finalmente se enfrentariam... Cara a cara.
Havia muito tempo que Togarini me acompanhava e quis acreditar que ele jamais seria como Geburah. Mas arcanjos nunca criam elos emocionais, nunca somos algo a mais para eles, além de sermos fantoches de seus sadismos, manipulações e ambições.
Bom... Talvez apenas Madeleine seja um caso contrário, mas ela não é uma mortal; é um deles. Filha do que contestara; daquele que fora julgado apenas por desejar o livre arbítrio. Conhecido como o mais sábio e belo de todos.
Aprendi a ver Estrela-da-manhã com outros olhos, depois que conheci a história dela e por conhecer esta face da moeda, criei tamanha resistência no caso de Ângela.
As carícias de Togarini em meu corpo, que se mantinha inerte ao beco, traziam um abraço amornado, um carinho de lembranças daqueles que me amaram.
O amor de meus pais, de meu irmão, de Jean... De Thorn...
- Não me peça para fazer isso...
Aquelas palavras se repetiam, em uma lamúria, um pesar quase dolorido, naquela voz de tons baixos e graves, em que meu corpo amolecia aos poucos, sem batalhas, sem demônios, arcanjos e nada mais. Apenas aquele abraço que me envolvia, que me protegia, que estremecia a cada arrepio que eu sentia.
Arcanjos não se apaixonam, não se envolvem, não possuem sentimentos. Não... Madeleine provou o contrário, mostrou a face do pai que amara, que sofrera e sofre por não poder dar o amor de um pai para ela como ele gostaria de dar, mostrara-me um arcanjo, um caído que mesmo manipulando as mentes o espaço e o tempo, fora capaz de chorar, de gritar em profunda dor, quando um dia, ela quase morreu aos braços dele.
- Não me peça para fazer isso...
Togarini segurava minha alma por um fio, delicado, frágil e prateado. Trazia as lembranças de todos os momentos em que beirei a morte, onde ele nunca impedira minha ida para o vale das sombras, mas que agora estava ali a me segurar, murmurando para que eu não pedisse a ele a minha partida...
- Você prometeu uma morte honrada a ela...
Golpe baixo, mesclado a uma dor que começava ficar mais presente. Lampejos de momentos com ele. Lembranças... Sim... Togarini reavivava em minha mente todas as lembranças, de todos os momentos em que estivera ao meu lado, em que estivera presente. Lembranças fortes onde pude ver sua mão, sua foice hesitar uma vez. Parar enquanto estava a caminho de meu coração. Aquele momento eterno em que nossos olhos se cruzaram.
“Foram seus olhos”
Sim... Meu coração pulsava mais forte, começava a se lembrar que mesmo em tamanho pavor, vendo meu irmão transfigurado na morte certa que eu teria, foi ver Togarini à sombra de meu irmão que me trouxe paz, que acalmou meu coração naquele momento exato. De que meus pesadelos terminariam, de que não haveria mais tormento e que eu encontraria finalmente paz.
Minha paz. A aceitação de meu destino pré-determinado era o que trazia calafrios ao arcanjo da morte. Não por que ele me perderia para sempre, devido ao meu contrato com Geburah, mas talvez porque eu tenha encontrado em Togarini a paz que sempre busquei e isso é algo para o qual ele não estava preparado.
O elo tornava-se mais forte, pela primeira vez eu podia sentir a dor que assolava o arcanjo, podia compreender aquele arrepio que ele sentia, e debilmente eu me erguia. Debilmente eu apoiava meu corpo à parede e me arrastava a cada passo trôpego que dava.
Era hora do grande embate...
Togarini e Geburah finalmente se enfrentariam... Cara a cara.
1 comment:
Agora, vemos que as coisas estão começando a se encaixar. Temos a revelação de que Togarini não vê Alice como um mero avatar, um mero instrumento. E vemos que Madeleine é filha de um importante personagem. Mas essa informação serve apenas para acrescentar ainda mais mistério nessa personagem que estava até um pouco sumida. Eu entendi que Madeleine era um avatar, assim como Jean, Thorn e Alice. Sendo assim, será que eles também possuem sangue de anjo? Ou será que estou viajando demais? O que importa é que o Arcanjo da Morte decidiu enfrentar o Arcanjo da Justiça. E como será esse embate? Não vejo a hora de sair o próximo post para que eu possa presenciar essa batalha... Então, aguardo, cara Tyr, sua atualização!
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