Ainda posso me lembrar da visão que estarreceria qualquer sensitivo ou avatar como eu. Nesse meu ultimo encontro com a Gárgula, eu fiz um jogo arriscado e meu lado sensitivo podia por horas ver Togarini apertando meu pescoço, assim como certos momentos era Geburah quem eu via. Mas também pude sentir cada pescoço que era apertado, naquele cenário complexo, já que a gárgula era uma forte candidata a ser uma avatar de um arcanjo da morte, assim como possuía um forte senso de honra, de justiça.
Ela em sua matança, nada mais fazia do que proteger pessoas inocentes que eram caçadas por uma família de inquisidores, eis que aqui entrava a lei dos mais fortes e Ângela se igualava a mim. Mas as monstruosidades se diferenciavam por um simples motivo, no começo eu caçava um monstro, que tinha matado minha família. Ângela era o monstro que caçava humanos que queriam destruir a “família” dela. Eu comecei a matar por puro prazer, depois que percebi que minha vingança não poderia ser completada. Ângela mata por prazer, mas em alguns casos mata por obrigação. Há muito já não me sinto obrigada a fazer esse tipo de coisa.
Mas no fim, aquelas palavras da Ângela não saiam de minha cabeça. Ela desejava uma morte honrada e eu estava me tornando uma verdadeira canalha tal qual Geburah.
Sim! No final das contas o verdadeiro tapa na cara que a Ângela me deu, foi me acordar para o fato de que eu estava me tornando tão manipuladora quanto Geburah.
- Eu descobrirei e darei a morte honrada que tanto desejas, Gárgula.
Acho que foram minhas ultimas palavras até sentir meu corpo sendo arremessado e Ângela pisar em meu peito com uma superioridade que eu não via há muito tempo.
- Estarei esperando, Inquisidora.
Não sei quanto tempo tinha passado depois que a Ângela me abandonou, mas eu podia ver Togarini ali, ajoelhado ao meu lado, deixando suas mãos deslizarem suaves pelo meu corpo.
- Mais costelas quebradas. Foi difícil segurá-las para que não perfurassem mais uma vez seus pulmões. Por que desejas tanto que eu ceife sua vida, Alice?
Doía tudo. Corpo, respiração, manter os olhos abertos. Minha garganta queimava, arranhava de alguma forma. Togarini erguia a minha mão e deixava-me tocar seu pescoço, eu abria os olhos em tempos cada vez mais espaçados. Havia uma marca ali que causara um calafrio tão forte ao meu corpo e que estranhamente causava o mesmo calafrio em Togarini.
- Geburah... – Murmurei fraco, ainda sentindo meu corpo impotente de se erguer e ir embora.
- Está com Ângela, alimentando o desejo dela por vingança contra os McArthur.
Mais um arrepio forte e novamente Togarini reagia de mesma forma. O que estava acontecendo realmente?
- Togarin...
- Shhh! Alice... – Ele me interrompeu em uma voz baixa, mesmo eu tendo falado quase sem voz. Eu ainda podia sentir suas mãos percorrendo meu corpo. Sem malicias, sem intenções. Ele estava apenas ali, me fazendo companhia, enquanto eu sentia aquela vontade de não me levantar mais.
Ela em sua matança, nada mais fazia do que proteger pessoas inocentes que eram caçadas por uma família de inquisidores, eis que aqui entrava a lei dos mais fortes e Ângela se igualava a mim. Mas as monstruosidades se diferenciavam por um simples motivo, no começo eu caçava um monstro, que tinha matado minha família. Ângela era o monstro que caçava humanos que queriam destruir a “família” dela. Eu comecei a matar por puro prazer, depois que percebi que minha vingança não poderia ser completada. Ângela mata por prazer, mas em alguns casos mata por obrigação. Há muito já não me sinto obrigada a fazer esse tipo de coisa.
Mas no fim, aquelas palavras da Ângela não saiam de minha cabeça. Ela desejava uma morte honrada e eu estava me tornando uma verdadeira canalha tal qual Geburah.
Sim! No final das contas o verdadeiro tapa na cara que a Ângela me deu, foi me acordar para o fato de que eu estava me tornando tão manipuladora quanto Geburah.
- Eu descobrirei e darei a morte honrada que tanto desejas, Gárgula.
Acho que foram minhas ultimas palavras até sentir meu corpo sendo arremessado e Ângela pisar em meu peito com uma superioridade que eu não via há muito tempo.
- Estarei esperando, Inquisidora.
Não sei quanto tempo tinha passado depois que a Ângela me abandonou, mas eu podia ver Togarini ali, ajoelhado ao meu lado, deixando suas mãos deslizarem suaves pelo meu corpo.
- Mais costelas quebradas. Foi difícil segurá-las para que não perfurassem mais uma vez seus pulmões. Por que desejas tanto que eu ceife sua vida, Alice?
Doía tudo. Corpo, respiração, manter os olhos abertos. Minha garganta queimava, arranhava de alguma forma. Togarini erguia a minha mão e deixava-me tocar seu pescoço, eu abria os olhos em tempos cada vez mais espaçados. Havia uma marca ali que causara um calafrio tão forte ao meu corpo e que estranhamente causava o mesmo calafrio em Togarini.
- Geburah... – Murmurei fraco, ainda sentindo meu corpo impotente de se erguer e ir embora.
- Está com Ângela, alimentando o desejo dela por vingança contra os McArthur.
Mais um arrepio forte e novamente Togarini reagia de mesma forma. O que estava acontecendo realmente?
- Togarin...
- Shhh! Alice... – Ele me interrompeu em uma voz baixa, mesmo eu tendo falado quase sem voz. Eu ainda podia sentir suas mãos percorrendo meu corpo. Sem malicias, sem intenções. Ele estava apenas ali, me fazendo companhia, enquanto eu sentia aquela vontade de não me levantar mais.
- Não me peça para fazer isso, Alice...
1 comment:
É raro ver uma cena tão íntima entre Alice e Togarini. A última vez havia sido há muito tempo atrás. Foi interessante essa virada na trama, de forma que parece que há algo mais, algum tipo de conspiração. E Geburah está metido nessa... Ou será que eu estou viajando demais?
Lá vai Alice, mais uma vez, escrachar o arcanjo da Justiça. Chamá-lo de canalha foi o cúmulo da ironia. Nada menos digno de nossa Inquisidora.
Mas e agora? Será que por fim essa trama ficará mais clara? Haverá um desfecho para esse mistério sangrento? Eu realmente quero saber o que foi capaz de causar calafrios em um arcanjo... Aguardo sua próximas palavras.
Saudoso,
Nerito
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